Uberização e os direitos dos trabalhadores de aplicativos

por Ludmila Costek Abilio

Um espectro ronda o trabalho uberizado no Brasil desde que esse conceito foi inventado: o espectro da regulamentação. Quando a Uber surgiu no Brasil, já havia uma disputa ferrenha entre taxistas e trabalhadores de plataforma sobre o “direito ao trabalho” – com protestos contra e a favor. Em 2016, Eduardo Paes (com aprovação da maioria dos vereadores) chegou a proibir a atuação da empresa na cidade do Rio de Janeiro – não por questões trabalhistas, mas por questionamentos de outras categorias prejudicadas pela flexibilização da atividade. Não adiantou. Agora, a lei não é mais contra o direito ao trabalho dos motoristas – é uma proposta de regulamentar o trabalho para “dar direitos”, previdência etc. E mesmo assim a maioria dos trabalhadores continua contra.

Por que? São contra os seus próprios direitos? Assista a aula aberta com Ludmila Abilio, pesquisadora da USP e do Instituto Alameda, que faz trabalho de campo com trabalhadores plataformizados e vem refletido os últimos anos sobre as formas do trabalho e da política no Brasil. Evento organizado pelo Espaço Comum de Organizações.

Ludmila Costhek Abilio

Ludmila Costek Abilio

Ludmila Costhek Abilio é socióloga e pesquisadora do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo. É autora do livro Sem Maquiagem: Uma Empresa e Um Milhão de Revendedoras de Cosméticos (Boitempo), bem como de vários artigos que tratam da uberização do trabalho na atualidade. Há mais de dez anos, ela realiza pesquisas sobre o trabalho e a luta dos "entregadores".

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