Uberização e os direitos dos trabalhadores de aplicativos

by Ludmila Costek Abilio

Um espectro ronda o trabalho uberizado no Brasil desde que esse conceito foi inventado: o espectro da regulamentação. Quando a Uber surgiu no Brasil, já havia uma disputa ferrenha entre taxistas e trabalhadores de plataforma sobre o “direito ao trabalho” – com protestos contra e a favor. Em 2016, Eduardo Paes (com aprovação da maioria dos vereadores) chegou a proibir a atuação da empresa na cidade do Rio de Janeiro – não por questões trabalhistas, mas por questionamentos de outras categorias prejudicadas pela flexibilização da atividade. Não adiantou. Agora, a lei não é mais contra o direito ao trabalho dos motoristas – é uma proposta de regulamentar o trabalho para “dar direitos”, previdência etc. E mesmo assim a maioria dos trabalhadores continua contra.

Por que? São contra os seus próprios direitos? Assista a aula aberta com Ludmila Abilio, pesquisadora da USP e do Instituto Alameda, que faz trabalho de campo com trabalhadores plataformizados e vem refletido os últimos anos sobre as formas do trabalho e da política no Brasil. Evento organizado pelo Espaço Comum de Organizações.

Ludmila Costhek Abilio

Ludmila Costek Abilio

Ludmila Costhek Abilio é socióloga e pesquisadora do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo. É autora do livro Sem Maquiagem: Uma Empresa e Um Milhão de Revendedoras de Cosméticos (Boitempo), bem como de vários artigos que tratam da uberização do trabalho na atualidade. Há mais de dez anos, ela realiza pesquisas sobre o trabalho e a luta dos "entregadores".
CONTINUE LENDO

RELATED ARTICLES

As novas alianças estratégicas na luta pela terra

Defendendo a aliança preta, indígena e popular, a Teia dos Povos transforma a luta por terra e território no centro de um projeto revolucionário que se propõe a encarar a emergência climática com propostas concretas e práticas inovadoras. A Teia…

Post-scriptum sobre o décimo aniversário

Em Junho de 2013, a História voltou ao Brasil? Das três maiúsculas desse enunciado beirando o surreal, a primeira, depois de conhecer um pouco de tudo em matéria de consagração e vilipêndio em sua curta vida narrativa, talvez retorne do…

Para escovar a história a contrapelo: junho, uma montagem

Nomeação: junho como paradigma  Vou nomear junho de 2013 apenas assim, sem recorrer a expressões consagradas como “Jornadas de Junho”, “Revoltas de Junho” ou as suas variações ao longo do tempo, como Junho de 2013 e Junho, com letra maiúscula.…
PT
Pular para o conteúdo